DT Novembro: Beleza, Equilíbrio, Harmonia; por Silent Child
Olhar Interior
Escalámos altas montanhas
mergulhámos no mar profundo
e auscultámos
o imenso espaço sideral
(até aqui tudo normal...)
mas mal olhámos o mundo
em que a nossa existência
(tem magnificência e onde)
perdura sob um alento imortal.
Estamos rodeados de seres
(e cada um de nós é... mais um)
navegamos num mar de informação
mas... mantemo-nos em comunicação?
Sobrevalorizamos os prazeres
mas... quando paramos
sentimos a sombria solidão.
Se na cega vertigem
a que chamamos viver
nos afastamos do centro
como podemos perceber
tudo o que temos cá dentro?
Na busca do poder e da certeza
encontramos a insegurança,
acabamos por nos perder
e escamoteamos a Beleza.
Perante o fervor
para conseguir triunfar
onde fica o amor?
O que estamos a realizar?
Procuramos ardentemente
no exterior
e vedamos, comodamente,
o Olhar Interior.
Na hesitação em procurar
um ponto de equilíbrio
pensamos andar equilibrados
mas continuamos a marchar
confortavelmente anestesiados.
O que há
para lá desta capa?
Que roupa é esta
que me tapa?
O que teimo
em esconder?
Não haverá um momento
para olhar
com olhos de ver
tudo o que há cá por dentro?
A verdade que eu busco
estará na identidade
que eu ofusco?
A minha identidade
não está no que querem
que eu seja
e que seja fácil
de classificar,
está além do desafio
para que eu seja
capaz de me observar
e sintonizar.
No encalce
do que em si vibra
numa derradeira tentativa
de o observar
no limiar da vida
por abraçar
o Homem resolve matar(-se)
sem saber que asssim
nunca O irá abraçar
e jamais irá libertar-se.
Perante a morte
perdemos o norte.
No suicídio
vemos um martírio.
Face à Vida...
oh, nobreza escondida!
Onde está o tal portal?
Quem somos nós afinal?
Meros seres mortais?
Entregues à sorte aleatória...
oh, ignorância ignóbil!
Enoja-me esta história.
Mostra-me o reverso desta tristeza...
Encontrarei lá a Beleza?
Se os sonhos não são reais
então
deixem-nos ser anormais.
Entre a ilusão
e a (suposta) realidade
aspiramos o (doce) aroma
da eternidade.
A beleza é
tudo o que fica por (querermos) entender
quando julgavamos já tudo
ter pensado e sentido
(de coração aberto).
O equilíbrio é
o ponto no qual quase caímos
e nele caminhamos (e arriscamos) sem hesitar
(de mente alerta).
A harmonia é
o momento em que nos revemos claramente
na pequenez que não ousaramos ver
(e admitimos a grandeza ainda por florescer).
Com os olhos encantados
pela beleza
e os ideais alimentados
pelo equilíbrio
podemos afirmar a vontade
e podemos aspirar à harmonia
da verdade
e ao fogo da sabedoria.
Há muito que nos perdemos
numa vivência oca e vazia.
É tempo de entendermos
O que nós temos cá dentro.
por Silent Child
Escalámos altas montanhas
mergulhámos no mar profundo
e auscultámos
o imenso espaço sideral
(até aqui tudo normal...)
mas mal olhámos o mundo
em que a nossa existência
(tem magnificência e onde)
perdura sob um alento imortal.
Estamos rodeados de seres
(e cada um de nós é... mais um)
navegamos num mar de informação
mas... mantemo-nos em comunicação?
Sobrevalorizamos os prazeres
mas... quando paramos
sentimos a sombria solidão.
Se na cega vertigem
a que chamamos viver
nos afastamos do centro
como podemos perceber
tudo o que temos cá dentro?
Na busca do poder e da certeza
encontramos a insegurança,
acabamos por nos perder
e escamoteamos a Beleza.
Perante o fervor
para conseguir triunfar
onde fica o amor?
O que estamos a realizar?
Procuramos ardentemente
no exterior
e vedamos, comodamente,
o Olhar Interior.
Na hesitação em procurar
um ponto de equilíbrio
pensamos andar equilibrados
mas continuamos a marchar
confortavelmente anestesiados.
O que há
para lá desta capa?
Que roupa é esta
que me tapa?
O que teimo
em esconder?
Não haverá um momento
para olhar
com olhos de ver
tudo o que há cá por dentro?
A verdade que eu busco
estará na identidade
que eu ofusco?
A minha identidade
não está no que querem
que eu seja
e que seja fácil
de classificar,
está além do desafio
para que eu seja
capaz de me observar
e sintonizar.
No encalce
do que em si vibra
numa derradeira tentativa
de o observar
no limiar da vida
por abraçar
o Homem resolve matar(-se)
sem saber que asssim
nunca O irá abraçar
e jamais irá libertar-se.
Perante a morte
perdemos o norte.
No suicídio
vemos um martírio.
Face à Vida...
oh, nobreza escondida!
Onde está o tal portal?
Quem somos nós afinal?
Meros seres mortais?
Entregues à sorte aleatória...
oh, ignorância ignóbil!
Enoja-me esta história.
Mostra-me o reverso desta tristeza...
Encontrarei lá a Beleza?
Se os sonhos não são reais
então
deixem-nos ser anormais.
Entre a ilusão
e a (suposta) realidade
aspiramos o (doce) aroma
da eternidade.
A beleza é
tudo o que fica por (querermos) entender
quando julgavamos já tudo
ter pensado e sentido
(de coração aberto).
O equilíbrio é
o ponto no qual quase caímos
e nele caminhamos (e arriscamos) sem hesitar
(de mente alerta).
A harmonia é
o momento em que nos revemos claramente
na pequenez que não ousaramos ver
(e admitimos a grandeza ainda por florescer).
Com os olhos encantados
pela beleza
e os ideais alimentados
pelo equilíbrio
podemos afirmar a vontade
e podemos aspirar à harmonia
da verdade
e ao fogo da sabedoria.
Há muito que nos perdemos
numa vivência oca e vazia.
É tempo de entendermos
O que nós temos cá dentro.
por Silent Child
2 Comments:
muito boa análise, querida criança silenciosa... pena que haja mais factores para além destes num planeta tão atropelado por monstros políticos... a consciência é muito difícil de possuir quando a sobrevivência não está assegurada, mas o que sentes e escreves é verdade, muito bonito, e essencial :)
By aquelabruxa, at 1:26 PM
Até que enfim, o desafiante entra no desafio... ;) está muito bem escrito... e é muito verdade... muitos de nós ignoramos o ser interior que faz de nós quem somos. E lá está a tal dualidade de encontrar beleza em algo que pode não o sugerir, de reflectir antes de agir por simples impulso, de dar importância às pequenas e grandes coisas da vida, mais do que simplesmente vivê-la...
Vera Fonseca
By Musera, at 2:29 PM
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