Chuva; por Dasha
Meus caros, abram bem os olhos e deixe a vossa alma respirar.
Textos destes não aparecem todos os dias...
cumprimentos entusiastas,
Der Ü.
Chuva
Agua escorre me pela face… Após meses de seca, sinto o renascimento e o sabor da vida… Ontem senti me morrer, e anteontem, e durante estes meses todos…
A raiva e a fúria acumulados dissolvem-se nos riachos da chuva, sinto a dor e a solidão sairem com as lagrimas que me escorrem pela face e misturam-se com a chuva.
Água do céu, céu de água, som de gotas a bater nos telhados e nas folhas de árvores. Pássaros molhados a procura do abrigo, um gato a fugir para a cave.
Cinza que se mistura com a água que a leva para longe daqui. O meu corpo todo estica-se, espreguiça-se, sentindo a frescura do vento, da chuva, do nascimento da natureza. Ouro do outono que a Natureza põe nas suas vestes douradas e se exibe e se gaba perante todos. Os felizardos são os que sabem apreciar este esplendor do nascimento antes de um adormecer do inverno. Poucos são os que se sentem em bem tanto com o sol, tanto com a chuva, tanto no meio da neve. Eu sou ums indecisa. Ora faço pazes e rio com o sol do verão, ora canto com a chuva, ora adormeço com a neve. Gosto de me dissolver na chuva, chapinhando pelas poças a caminho da casa, sem chapeu de chuva. Chegar encharcada a casa e enfiar-me debaixo de um cobertor a frente de lareira. Olhar para o fogo e sentir que a minha angústia e dor estão la fora a caminho do mar, dissolvidos na chuva.
Dasha
Textos destes não aparecem todos os dias...
cumprimentos entusiastas,
Der Ü.
Chuva
Agua escorre me pela face… Após meses de seca, sinto o renascimento e o sabor da vida… Ontem senti me morrer, e anteontem, e durante estes meses todos…
A raiva e a fúria acumulados dissolvem-se nos riachos da chuva, sinto a dor e a solidão sairem com as lagrimas que me escorrem pela face e misturam-se com a chuva.
Água do céu, céu de água, som de gotas a bater nos telhados e nas folhas de árvores. Pássaros molhados a procura do abrigo, um gato a fugir para a cave.
Cinza que se mistura com a água que a leva para longe daqui. O meu corpo todo estica-se, espreguiça-se, sentindo a frescura do vento, da chuva, do nascimento da natureza. Ouro do outono que a Natureza põe nas suas vestes douradas e se exibe e se gaba perante todos. Os felizardos são os que sabem apreciar este esplendor do nascimento antes de um adormecer do inverno. Poucos são os que se sentem em bem tanto com o sol, tanto com a chuva, tanto no meio da neve. Eu sou ums indecisa. Ora faço pazes e rio com o sol do verão, ora canto com a chuva, ora adormeço com a neve. Gosto de me dissolver na chuva, chapinhando pelas poças a caminho da casa, sem chapeu de chuva. Chegar encharcada a casa e enfiar-me debaixo de um cobertor a frente de lareira. Olhar para o fogo e sentir que a minha angústia e dor estão la fora a caminho do mar, dissolvidos na chuva.
Dasha
5 Comments:
Ora bem carissima,
A teu pedido, aqui vai um par de sugestões musicais para o teu texto
Claramente, é com temas instrumentais que deve ser lido
então cá vai
VNV Nation - Colours of Rain (lindissima, arranjo-a a quem tiver curiosidade. De caras a musica ideal para este texto, a meu ver)
Cocteau Twins - Otterley (misteriosa e sedutora, adoro esta musica, assunta e desperta os sentidos, enquanto nos enrola num sussuro melódico e fantasmagórico, mnham mnham...)
By Der Überlebende, at 1:02 AM
Os felizardos são os que sabem apreciar este esplendor do nascimento antes de um adormecer do inverno.
Adoro esta passagem. Parabéns!
By Filipa, at 10:40 AM
Obrigada a todos!
Bem vinda, Pip:) Aguardo para ler um texto teu. O solo fertil deste blog faz toda gente começar a escrever com uma vontade redobrada.
beijinhos
By Dasha, at 10:01 AM
Eu também adorei este pequenino mas maravilhoso texto. Fez-me despertar os sentidos, sentir a face molhada pela chuva... Uma preciosidade...
By Eduarda Sousa, at 10:28 AM
Decididamente nos teus textos podemos sempre encontrar a esperanca e o renascer. Um bom contraponto a morte e angustia, como lhe chamas, de outros contributores (nao digo nomes! :P). A mim, agradam-me os dois sentimentos, sentir que ha um renascer, mas sentir-me tambem livre para mergulhar no aniquilamento e na doce vertigem da angustia, se tal me apetecer! Eh preciso provar de tudo neste mundo... Um beijo e parabens pelo belo texto.
By smallworld, at 2:25 PM
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