Desafio Temático: tristeza, solidão, dor (por Silent Child)
(Este é) Um Fim
Há tanto que eu guardo para mim
há tanto que me consome em mim
não sei até onde posso ir
não sei onde penso chegar
nem sei até onde posso aguentar
nesta angústia de existir
quando já nem me lembro de sorrir
quando já me custa suportar-me
quando já nem sei como aturar-me.
Entretanto continuo a falar comigo mesmo
enquanto as dúvidas se avomulam
e as respostas escasseiam.
Até onde posso alcançar?
Até onde poderei arrastar-me?
Estou tão cansado...
e mais que isso, desolado!
Talvez, do meu modo de ser
ou da minha maneira de estar.
Nada me satisfaz completamente.
Nada me entusiasma realmente.
Não posso culpar ninguém
(excepto a mim mesmo)
nem quero culpar ninguém.
Mas não posso deixar de ver
o que não gosto ou o que desaprovo,
o que não entendo ou nem consigo aceitar.
Mergulho mais fundo em mim
e já nem vejo como sair
de um turbilhão ensurdecedor
de um labirinto intrincado
de um lamento infindável
que queima esta dor além do insuportável.
No ruir do que eu julgava ser
observo atónito os destroços baralhados
na imagem crua que o espelho me devolve
na solidão que me envolve e engole
e eu... incapaz de (re)unir os destroços
do ser que me iludira ser.
Se eu pudesse adormecer e acordar
renovado, completo.
Se eu pudesse descansar e reerguer-me
satisfeito, esperançado.
Pesa-me este corpo
como se fosse um túmulo oco, selado,
donde a vida se esquivou, assustada.
Observo o mundo
e continua tanto por ver e entender
a cabeça vai andando à roda
enquanto eu olho o mundo a girar
ou serei eu que me volto a estatelar
e, claro... ninguém me ouve cair.
Mas eu não quero mesmo que me escutem
assim evito que disfarcem que se importam
que querem ajudar ou ser simpáticos...Patética representação
sem qualquer laivo de emoção.
Desprezo a mesquinhez!
Vomito a hipocrisia!
Estilhaço a indiferença!
Solta as lágrimas, meu amigo
sabes bem não estares sozinho
mesmo no abismo em que te refugias.
Liberta o coração, meu amigo,
vem acariciar o momento e partilhar
esta dor íntima, comigo.
Este é um fim.
Repara na beleza desta tristeza.
Solta as lágrimas, meu amigo.
Este é um fim.
Mergulha na imensidão desta solidão.
Abre o coração, meu amigo
e vem comigo agora
ao lado velado da dor
e à face ignorada do sorriso que vem de dentro,
do sentimento que irrompe
e dilacera o momento.
É a hora, meu amigo.
Não temo o tormento, não fujo da mudança.
Não há separação se há comunicação.
Este é um fim
e um princípio em mim.
Que em mim eu não sou capaz
de distinguir o que É.
Mas por ti e em mim Eu Sou
e através da dor eu vou ao encontro de mim.
Contigo eu cedo e (me) dou.Este é um fim.
E por fim... desperto em mim!
3-7-2002 (rev. 25-8-2005)
Silent Child
Há tanto que eu guardo para mim
há tanto que me consome em mim
não sei até onde posso ir
não sei onde penso chegar
nem sei até onde posso aguentar
nesta angústia de existir
quando já nem me lembro de sorrir
quando já me custa suportar-me
quando já nem sei como aturar-me.
Entretanto continuo a falar comigo mesmo
enquanto as dúvidas se avomulam
e as respostas escasseiam.
Até onde posso alcançar?
Até onde poderei arrastar-me?
Estou tão cansado...
e mais que isso, desolado!
Talvez, do meu modo de ser
ou da minha maneira de estar.
Nada me satisfaz completamente.
Nada me entusiasma realmente.
Não posso culpar ninguém
(excepto a mim mesmo)
nem quero culpar ninguém.
Mas não posso deixar de ver
o que não gosto ou o que desaprovo,
o que não entendo ou nem consigo aceitar.
Mergulho mais fundo em mim
e já nem vejo como sair
de um turbilhão ensurdecedor
de um labirinto intrincado
de um lamento infindável
que queima esta dor além do insuportável.
No ruir do que eu julgava ser
observo atónito os destroços baralhados
na imagem crua que o espelho me devolve
na solidão que me envolve e engole
e eu... incapaz de (re)unir os destroços
do ser que me iludira ser.
Se eu pudesse adormecer e acordar
renovado, completo.
Se eu pudesse descansar e reerguer-me
satisfeito, esperançado.
Pesa-me este corpo
como se fosse um túmulo oco, selado,
donde a vida se esquivou, assustada.
Observo o mundo
e continua tanto por ver e entender
a cabeça vai andando à roda
enquanto eu olho o mundo a girar
ou serei eu que me volto a estatelar
e, claro... ninguém me ouve cair.
Mas eu não quero mesmo que me escutem
assim evito que disfarcem que se importam
que querem ajudar ou ser simpáticos...Patética representação
sem qualquer laivo de emoção.
Desprezo a mesquinhez!
Vomito a hipocrisia!
Estilhaço a indiferença!
Solta as lágrimas, meu amigo
sabes bem não estares sozinho
mesmo no abismo em que te refugias.
Liberta o coração, meu amigo,
vem acariciar o momento e partilhar
esta dor íntima, comigo.
Este é um fim.
Repara na beleza desta tristeza.
Solta as lágrimas, meu amigo.
Este é um fim.
Mergulha na imensidão desta solidão.
Abre o coração, meu amigo
e vem comigo agora
ao lado velado da dor
e à face ignorada do sorriso que vem de dentro,
do sentimento que irrompe
e dilacera o momento.
É a hora, meu amigo.
Não temo o tormento, não fujo da mudança.
Não há separação se há comunicação.
Este é um fim
e um princípio em mim.
Que em mim eu não sou capaz
de distinguir o que É.
Mas por ti e em mim Eu Sou
e através da dor eu vou ao encontro de mim.
Contigo eu cedo e (me) dou.Este é um fim.
E por fim... desperto em mim!
3-7-2002 (rev. 25-8-2005)
Silent Child
Aqui vai meus amigos, para marcar a reentré e dar ínicio ao novo ciclo de desafios temáticos. A seu tempo irá aparecer na coluna direita, logo abaixo dos mails um aviso permanete dos temas do mês assim como de outros desafios que estejam a decorrer no blog. Abraço da boss aqui do blog: booklover!
2 Comments:
desculpem, ainda nao li sequer estas duas ultimas participaçoes, ando de volta da minha historia a ver se lhe encontro um caminho e tali, mas ta complicado :| vou tentar entregar a tempo sim? beijinho*
By Perséfone, at 10:03 PM
É sempre difícil fazer um comentário aos teus poemas… Em primeiro lugar porque a poesia é difícil de comentar! Invade-nos a alma, toca-nos no mais intimo de nós, provoca-nos dor, alegria, plenitude… e por vezes, como os teus poemas, trazem consigo a capacidade de nos modificarem interiormente e/ou alertarem-nos para grandes detalhes e pormenores da nossa vida social, emocional… que normalmente nos passam sempre ao lado.
Gostei particularmente da parte,
“Mas eu não quero mesmo que me escutem
assim evito que disfarcem que se importam
que querem ajudar ou ser simpáticos...
Patética representação
sem qualquer laivo de emoção.
Desprezo a mesquinhez!
Vomito a hipocrisia!
Estilhaço a indiferença!”
Os rugas na face de preocupação connosco a maior parte das vezes não passam mesmo de representação hipócrita. É incrível como estamos inteiramente sozinhos no mundo, embora nos tentemos convencer do contrário…
By Eduarda Sousa, at 8:49 PM
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