Contradição; por Der Uberlende
Contradição
Tomem este exemplo, por favor
dissequem-no como Galeno fazia aos cadáveres proibidos
e a demais ditadores não deis ouvidos
pois a palavra é a flecha venenosa
que mata o coração de forma vergonhosa
E se outro vos contar da Desditosa
não lhe tomais atenção, são calúnias
recusai desses abutres as suas pecúnias
ignorai as penas negras da ave agoirenta
que ferem olhos sãos qual negra pimenta
E da voz d’Ela não tomeis conta
são ruídos de animal tomado pela luxúria
não vos deixai levar em tal incúria
e se demais escutardes da Desditosa
preparai vosso coração para morte vergonhosa
Sua pele é ácida como limão
ferrugem e poalha em suas veias
tranças de palha feitas correias
amarram o amante da Venenosa
que lambe a sua pele preciosa
Os meus olhos fechei, perdi a coragem
a meu corpo permiti tal desventura
a violência atroz de sua candura
a luz que cega de forma danosa
deixei-me levar qual mariposa
No limbo todo o Homem perde horizonte
do medo que antes o deixava alerta
do horror iminente da morte incerta
da estultícia do vício tornado banal
da pequena morte do delito carnal
E eu lambi o veneno alarvemente
à medida que sua face se esvanecia
por entre a beleza do acto que então decorria
o corpo terno e quente que antes ardia
gelava em meus braços enquanto morria
E eu focava minha atenção em sua última palavra
tentando fingir algum interesse
no som asfixiado de sua derradeira prece
até que me aborreci de morte
e arranquei o fôlego da minha jovem consorte
O aviso que vos deixo é o seguinte
que tais actos bárbaros sejam jamais permitidos
como os de Galeno com os cadáveres proibidos
e reservai um minuto para reflexão
e descobri-de onde está a contradição
Em poucas palavras, o que é o amor
do desejo ao ódio tudo lhe pertence
da imagem poética de que tudo o amor vence
não será em si mesma uma enorme ilusão?
e o amor em si uma contradição?
Agora chega de rimas inúteis!
Já percebeste a minha intenção?
Sim tu, tu mesma!
Não resististe a ler tudo até ao fim, pois não?...
Sabes que tenho andado a reparar em ti?...
Acho que irás ser a minha próxima consorte.
Um dia destes vou esperar à saída da tua casa...
Talvez já amanha, que sabe?...
um beijo, de quem te quer muuuuuito
do teu amante,
G.
3 de Fevereiro de 2006
Der Überlende
Tomem este exemplo, por favor
dissequem-no como Galeno fazia aos cadáveres proibidos
e a demais ditadores não deis ouvidos
pois a palavra é a flecha venenosa
que mata o coração de forma vergonhosa
E se outro vos contar da Desditosa
não lhe tomais atenção, são calúnias
recusai desses abutres as suas pecúnias
ignorai as penas negras da ave agoirenta
que ferem olhos sãos qual negra pimenta
E da voz d’Ela não tomeis conta
são ruídos de animal tomado pela luxúria
não vos deixai levar em tal incúria
e se demais escutardes da Desditosa
preparai vosso coração para morte vergonhosa
Sua pele é ácida como limão
ferrugem e poalha em suas veias
tranças de palha feitas correias
amarram o amante da Venenosa
que lambe a sua pele preciosa
Os meus olhos fechei, perdi a coragem
a meu corpo permiti tal desventura
a violência atroz de sua candura
a luz que cega de forma danosa
deixei-me levar qual mariposa
No limbo todo o Homem perde horizonte
do medo que antes o deixava alerta
do horror iminente da morte incerta
da estultícia do vício tornado banal
da pequena morte do delito carnal
E eu lambi o veneno alarvemente
à medida que sua face se esvanecia
por entre a beleza do acto que então decorria
o corpo terno e quente que antes ardia
gelava em meus braços enquanto morria
E eu focava minha atenção em sua última palavra
tentando fingir algum interesse
no som asfixiado de sua derradeira prece
até que me aborreci de morte
e arranquei o fôlego da minha jovem consorte
O aviso que vos deixo é o seguinte
que tais actos bárbaros sejam jamais permitidos
como os de Galeno com os cadáveres proibidos
e reservai um minuto para reflexão
e descobri-de onde está a contradição
Em poucas palavras, o que é o amor
do desejo ao ódio tudo lhe pertence
da imagem poética de que tudo o amor vence
não será em si mesma uma enorme ilusão?
e o amor em si uma contradição?
Agora chega de rimas inúteis!
Já percebeste a minha intenção?
Sim tu, tu mesma!
Não resististe a ler tudo até ao fim, pois não?...
Sabes que tenho andado a reparar em ti?...
Acho que irás ser a minha próxima consorte.
Um dia destes vou esperar à saída da tua casa...
Talvez já amanha, que sabe?...
um beijo, de quem te quer muuuuuito
do teu amante,
G.
3 de Fevereiro de 2006
Der Überlende
4 Comments:
E verdade, é mesmo uma contradição... não fossemos nós seres completamente antagónicos... este poema tem um toque camoniano :), fora o tema talvez... Muito bem.
By Musera, at 1:18 PM
Geeeeeezzzzz, mais um pouco e vais preso. Olha que hoje em dia a liberdade de expressao anda pela hora da morte... Como sempre, bem ao teu estilo, entre a entrega ao sadismo e o sentido de moralidade. Nao vejo contudo onde esta a contradicao... O amor nao se contradiz, nos eh que contradizemos o amor. E o deturpamos e vilipendiamos. E depois queixamo-nos... Quem eh o G.? Beijocas texanas
By smallworld, at 9:14 PM
não compreendo como é que o verdadeiro amor pode conduzir ao ódio. nesse sentido acho que há contradição! está muito bem escrito mas a sua compreensão é um bocada lixada. Já li e reli mas acho q ainda não consegui perceber a verdadeira mensagem. Apesar da mensagem ser subjectiva e cada um percebe-la de maneira diferente. sim, como a Stela diz: um poema escrito ao teu estilo mas difícil de destrançar.
beijinho
By Eduarda Sousa, at 3:17 PM
De cortar a respiração. Tem aquele toque de malícia que tanto me agrada em ti, e, ao mesmo tempo, palavras tão belas que se, de facto, fosses um amante assassino, certamente conseguirias imensas consortes com o poder dos teus ditos...
Beijinhos doces*
By rita, at 6:19 PM
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