Perdi o guarda-chuva e lembrei-me de...
Escrever: apetece. Nem se sabe bem porquê. Não é preciso. Pode ser do fígado ou dos intestinos. Ou simplesmente porque as pontas dos dedos precisam de ser polidas. Por sorte, as impressões digitais gastam-se e passo a ser ninguém. Bem, chega de metáforas e meios sentidos, quando se escreve é para ser a sério. Há que criar respeitabilidade na tasca, mostrar que se é profundo e circunspecto nas palavras. Quanto menos se compreender melhor, ganha-se ares de deprimido, sisudo e sabedor. Convém também cultivar a solidão, confere uma aura penetrante à coisa. E ao falar, carrega-se no sobrolho para a narração fluir erudita. E agora deixo-te um conselho: sempre que te dirigirem a palavra, pede para repetir e dá a entender que os teus pensamentos andavam longe… quem sabe entre Nietzsche ou Platão. E é tudo, por hoje não tenho mais nada a dizer.
2 Comments:
fantástico! :)
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Anonymous, at 3:28 AM
Conciso, mas suficiente. Adorei o texto, desde o título ao ponto final. E admira-me que não tenha mais comentários.
beijo*
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SweetSerenity, at 4:05 PM
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