Desafio BI - Avião; por Der Uberlende
Ora viva,
Embora já tivesse publicado uma versão do DBI, não resisti a escrever uma nova. Não tinha minimamente planeado fazê-lo, foi apenas um impulso de escrita que andava aqui a sussurrar, nem era para ser um DBI, mas conforme a estória ia maturando achei que até se encaixava bem :)
boa semana a todos,
D.U.
Avião.
Rodo o pescoço, lenda e despreocupadamente, até escutar aquele som reconfortante e que tanto me alivia. >rrack<. Ahhh, o sonoro estalar das vértebras cervicais rasgam-me as preocupações em mil milhões de pequenos estilhaços, que se esfumam no ar tépido do cockpit como pequenas traças libertas de um antigo armário de roupa, há muitos anos fechado...
Olho à minha volta e, com a displicência que só a pós-adolescência conhece, conduzo o meu olhar sobranceiro perante aquele estranho grupo de gente que se dispersa pelos assentos a meia lotação. Parece que a viagem vai ser animada, a avaliar pela cara mesmerizada dos meus companheiros de jornada.
Aproveito que já levantámos voo e saco o leitor de mp3 da mochila. Primo no botão de ‘random’ e desafio o destino a brincar comigo. A coisa começa bem. Aos primeiros acordes do tema “Inocent Child” dos Arcana já começo a adormecer a área pensante do meu neo-córtex, permitindo que as sensações, apenas as sensações, me inundem o corpo e que o tremor da euforia do início da viagem se vá escapando pelos meus poros.
“In the Nursery – Woman”. Reparo nela, sentada intranquila a um canto. Como podia não reparar? Tremendamente sexy, com o seu top de lycra vermelho escuro, onde descaradamente exibia a expressão “Be My Valentine”. Vê-se que tem gosto em mostrar o peito deliciosamente torneado, um busto digno de um quadro de Modigliani. O cabelo escuro e encaracolado foi recolhido com um lápis, mas no entanto, sobram 2 ou 3 caracóis rebeldes que descem para beijar a sua face de pele cremosa e imaculada. Mas o seu olhar verte insegurança, deixando escapar uma lágrima dissimulada por entre as pestanas cobertas de rímel e forçadamente reviradas. Está impaciente, espera que ninguém note aquela lágrima traidora. Olha compulsivamente para o relógio, mordisca os lábios carnudos e vermelhos e parece ansiar desesperadamente pelo sossego que tarda em chegar. Repentinamente olha para mim, e repara que estou de mirada fixa nela. Mostra-se agradada... e num gesto de timidez assustada esboça um sorriso fugidio e volteia o olhar para o outro lado, em busca de um pensamento que a reconforte e lhe devolva o descanso que lhe parece fugir por entre um suspiro e um ajeitar da saia...
“Anathema – A Natural Disaster”. Oiço-a a chamar a hospedeira, num tom de voz rouco do tabaco e do álcool, assaz impertinente, como quem demonstra, de um modo algo arrogante, que tem direito a ser atendida sempre que assim o desejar. Não consigo perceber o que ela pede, mas 1 minuto depois vejo a hospedeira a trazer-lhe o que parece um gin tónico, com uma estreita rodela de limão a oferecer cor a um cenário ‘noir’ quase tétrico. Terá sido uma mulher bonita, não do tipo da rapariga do top vermelho que me deixou de água na boca, mas algo mais 'Catherine Deneuve', a vibrar elegância e sensualidade elitista por onde quer que passasse. Não deverá ter mais que uns 40 anos, mas as olheiras marcadas e o olhar vazio e frio sugerem que parou no tempo, que algo morreu nela e que nunca mais a vida voltou aqueles olhos cinzentos como o mar de Inverno. O cabelo castanho-alourado, carregado de nuances e outros truques de cosmética quotidiana apresenta-se esquizoidemente estático, não se desgrenhando um fio que seja. Hirto e rígido como a sua dona, que a única coisa pela qual parece ter afecto é o seu tubo extensível de transporte de papeis de grandes dimensões, deixando adivinhar talvez pinturas, ou projectos de arquitectura, ou um poster para apresentar num congresso técnico, sei lá. Só sei que a mão que pacientemente afaga tubo parece ter pertencido outrora a uma mulher de corpo inteiro.
“Switchblade Symphony – Invisible”. Levanto-me para ir até à casa de banho. Não é nenhum compromisso fisiológico que me chama, mas sim a necessidade de banhar a minha face em água fria, tentar despertar um pouco da sonolência que tem vindo a ganhar terreno na última hora. À saída, no corredor, esbarro-me com uma rapariga gordita que se atrapalhou quando o seu casaco de malha se prendeu ao braço de uma cadeira que fazia fronteira com o corredor central. Fiz-lhe cair os óculos e a carteira que ela própria ia pisando. Quando se levantou, virou-se para mim de rompante parecendo que me ia devorar por inteiro, num único pedaço! Pedi-lhe de pronto muitas desculpas, embora me sentisse alheio aquele show que ela própria teria montado. Ajudei-a a apanhar os seus pertences, entre os quais um cartão de enfermeira. Tentei aproveitar essa ‘deixa’ para meter conversa e apaziguar a furiosa senhorita. Apressadamente, lancei a boçal observação “A senhora é enfermeira? É sempre bom ter uma num avião...”. Com um ar meio irritado, e tentando rapidamente envergar o seu melhor sorriso coloquial, acenou com a cabeça e olhou-me com estranha demora bem fundo nos meus olhos. Sorri de volta e, ao verificar que não estava seguro de querer seguir aquela conversa, acenei com um disparo de sobrancelhas e sorri mais um pouco. Ela respondeu-me apenas “felizmente para si, espero nunca vir a ter que o tratar...”, e num relance lento de quem sabe que a conversa acabou de morrer, pegou nas suas coisas, pôs os óculos na cabeça e dirigiu-se para a casa de banho onde eu me refrescara 2 minutos antes.
“David Bowie & Trent Reznor – Hearts Filthy Lesson”. Estava quase a cair na dormência da languidez mórbida da espera... quando uma discussão em crescendo vinda de dois bancos à minha frente me desperta. Um casal discutia acesamente, embora ele, nitidamente mais velho do que a sirigaita empiriquitada que lhe espetava o indicador na face, tentasse fazer de conta que nada se passava, retorcendo a boca e afagando a testa enrugada com a mão rude e maltratada. O monstrinho verde do ciúme tinha arranjado ali com que se entreter. Aparentemente, o homem foi apanhado a olhar para rapariga do top vermelho (e quem seria eu para o censurar...), o que muito desagradou à sua companheira, também ela muito vistosa, até berrante diria mesmo, com o seu cabelo preto pintado com nuances vermelhas garridas e os seus 3 piercings faciais distribuídos pelo lábio inferior, narina esquerda e sobrancelha pintada de vermelho-fogo. Já para não falar nas fiadas de argolinhas e estrelas que tinha nas orelhas. Lembrei-me logo daquela piadola tão típica e óbvia que toda a gente faz quando conhece alguém com piercings: “como é que fazes para passar no detector de metais do aeroporto?”. Aparentemente isso não fora problema para ela. A discussão parece conhecer um súbito travão quando o homem se vira para ela de rompante e lhe diz “Vê lá se queres apanhar nas trombas! Pára lá de me azucrinar mulher! Não te queixaste assim tanto quando comecei a olhar para ti quando ia buscar a ‘outra’ ao salão...”. Ela calou-se de imediato e franziu o sobrolho. Parece que os seus argumentos teriam acabado de cair ao chão...
“This Mortal Coil – Song to the Siren”. O som característico da campainha que avisa para recolocar os cintos de segurança interrompe a minha meditação. Estava a esquematizar mentalmente como iriam ser estes 7 dias de férias. Não que isso fosse deveras importante, pois uma das vantagens de viajar sozinho é que podemos adaptar os planos e os cenários aos desejos e impulsos do momento. Dentro de poucos minutos iremos aterrar, e daí ... a aventura!
“New Order – True Faith”. Aproximo-me do carrossel das bagagens, e recolho as minhas 2 mochilas. Enquanto caminho para a saída reencontro a enfermeira, acompanhada de uma senhora mais velha que só pode ser a sua mãe, pois os traços faciais são cópia fiel uma da outra, apenas desfasadas no tempo. Com elas segue um miúdo mais novito que transborda felicidade por ter finalmente os pés de novo em terra firme. Num gesto brusco e de rompante, a mulher do gin tónico passa por nós, deixando no ar um aroma saturado a perfume e a ‘Café Creme Noir’. Atinge-me com o seu tubo extensível mas nem repara. Segue caminho absorta e determinada.
“Craig Armstrong & Liz Fraser – This Love”. No átrio onde se encontram os que chegam e os que esperam vi o a mulher dos piercings a acenar fervorosamente e a puxar o homem pelo braço. Este abre o rosto e sorri com gargalhada com a chegada de dois homens jovens que juraria serem gémeos. Todos se abraçam e trocam beijos nos primeiros minutos, mas depressa os rapazes lançam olhares desconfiados e inquietos à espampanante criatura que o ‘velhote’ trouxe consigo. Desligo-me da cena e encaminho-me para os táxis. Assim que levanto a mão para requisitar o meu transporte oiço uma voz atrás de mim a perguntar-me “Olá! Uma vez que também estou sozinha, importa-se que divida um táxi consigo?”. O lápis ainda lhe prendia o cabelo, mas os seus olhos agora brilhavam com serenidade e renovado fulgor.
19 de Junho de 2005,
Der Uberlende
Embora já tivesse publicado uma versão do DBI, não resisti a escrever uma nova. Não tinha minimamente planeado fazê-lo, foi apenas um impulso de escrita que andava aqui a sussurrar, nem era para ser um DBI, mas conforme a estória ia maturando achei que até se encaixava bem :)
boa semana a todos,
D.U.
Avião.
Rodo o pescoço, lenda e despreocupadamente, até escutar aquele som reconfortante e que tanto me alivia. >rrack<. Ahhh, o sonoro estalar das vértebras cervicais rasgam-me as preocupações em mil milhões de pequenos estilhaços, que se esfumam no ar tépido do cockpit como pequenas traças libertas de um antigo armário de roupa, há muitos anos fechado...
Olho à minha volta e, com a displicência que só a pós-adolescência conhece, conduzo o meu olhar sobranceiro perante aquele estranho grupo de gente que se dispersa pelos assentos a meia lotação. Parece que a viagem vai ser animada, a avaliar pela cara mesmerizada dos meus companheiros de jornada.
Aproveito que já levantámos voo e saco o leitor de mp3 da mochila. Primo no botão de ‘random’ e desafio o destino a brincar comigo. A coisa começa bem. Aos primeiros acordes do tema “Inocent Child” dos Arcana já começo a adormecer a área pensante do meu neo-córtex, permitindo que as sensações, apenas as sensações, me inundem o corpo e que o tremor da euforia do início da viagem se vá escapando pelos meus poros.
“In the Nursery – Woman”. Reparo nela, sentada intranquila a um canto. Como podia não reparar? Tremendamente sexy, com o seu top de lycra vermelho escuro, onde descaradamente exibia a expressão “Be My Valentine”. Vê-se que tem gosto em mostrar o peito deliciosamente torneado, um busto digno de um quadro de Modigliani. O cabelo escuro e encaracolado foi recolhido com um lápis, mas no entanto, sobram 2 ou 3 caracóis rebeldes que descem para beijar a sua face de pele cremosa e imaculada. Mas o seu olhar verte insegurança, deixando escapar uma lágrima dissimulada por entre as pestanas cobertas de rímel e forçadamente reviradas. Está impaciente, espera que ninguém note aquela lágrima traidora. Olha compulsivamente para o relógio, mordisca os lábios carnudos e vermelhos e parece ansiar desesperadamente pelo sossego que tarda em chegar. Repentinamente olha para mim, e repara que estou de mirada fixa nela. Mostra-se agradada... e num gesto de timidez assustada esboça um sorriso fugidio e volteia o olhar para o outro lado, em busca de um pensamento que a reconforte e lhe devolva o descanso que lhe parece fugir por entre um suspiro e um ajeitar da saia...
“Anathema – A Natural Disaster”. Oiço-a a chamar a hospedeira, num tom de voz rouco do tabaco e do álcool, assaz impertinente, como quem demonstra, de um modo algo arrogante, que tem direito a ser atendida sempre que assim o desejar. Não consigo perceber o que ela pede, mas 1 minuto depois vejo a hospedeira a trazer-lhe o que parece um gin tónico, com uma estreita rodela de limão a oferecer cor a um cenário ‘noir’ quase tétrico. Terá sido uma mulher bonita, não do tipo da rapariga do top vermelho que me deixou de água na boca, mas algo mais 'Catherine Deneuve', a vibrar elegância e sensualidade elitista por onde quer que passasse. Não deverá ter mais que uns 40 anos, mas as olheiras marcadas e o olhar vazio e frio sugerem que parou no tempo, que algo morreu nela e que nunca mais a vida voltou aqueles olhos cinzentos como o mar de Inverno. O cabelo castanho-alourado, carregado de nuances e outros truques de cosmética quotidiana apresenta-se esquizoidemente estático, não se desgrenhando um fio que seja. Hirto e rígido como a sua dona, que a única coisa pela qual parece ter afecto é o seu tubo extensível de transporte de papeis de grandes dimensões, deixando adivinhar talvez pinturas, ou projectos de arquitectura, ou um poster para apresentar num congresso técnico, sei lá. Só sei que a mão que pacientemente afaga tubo parece ter pertencido outrora a uma mulher de corpo inteiro.
“Switchblade Symphony – Invisible”. Levanto-me para ir até à casa de banho. Não é nenhum compromisso fisiológico que me chama, mas sim a necessidade de banhar a minha face em água fria, tentar despertar um pouco da sonolência que tem vindo a ganhar terreno na última hora. À saída, no corredor, esbarro-me com uma rapariga gordita que se atrapalhou quando o seu casaco de malha se prendeu ao braço de uma cadeira que fazia fronteira com o corredor central. Fiz-lhe cair os óculos e a carteira que ela própria ia pisando. Quando se levantou, virou-se para mim de rompante parecendo que me ia devorar por inteiro, num único pedaço! Pedi-lhe de pronto muitas desculpas, embora me sentisse alheio aquele show que ela própria teria montado. Ajudei-a a apanhar os seus pertences, entre os quais um cartão de enfermeira. Tentei aproveitar essa ‘deixa’ para meter conversa e apaziguar a furiosa senhorita. Apressadamente, lancei a boçal observação “A senhora é enfermeira? É sempre bom ter uma num avião...”. Com um ar meio irritado, e tentando rapidamente envergar o seu melhor sorriso coloquial, acenou com a cabeça e olhou-me com estranha demora bem fundo nos meus olhos. Sorri de volta e, ao verificar que não estava seguro de querer seguir aquela conversa, acenei com um disparo de sobrancelhas e sorri mais um pouco. Ela respondeu-me apenas “felizmente para si, espero nunca vir a ter que o tratar...”, e num relance lento de quem sabe que a conversa acabou de morrer, pegou nas suas coisas, pôs os óculos na cabeça e dirigiu-se para a casa de banho onde eu me refrescara 2 minutos antes.
“David Bowie & Trent Reznor – Hearts Filthy Lesson”. Estava quase a cair na dormência da languidez mórbida da espera... quando uma discussão em crescendo vinda de dois bancos à minha frente me desperta. Um casal discutia acesamente, embora ele, nitidamente mais velho do que a sirigaita empiriquitada que lhe espetava o indicador na face, tentasse fazer de conta que nada se passava, retorcendo a boca e afagando a testa enrugada com a mão rude e maltratada. O monstrinho verde do ciúme tinha arranjado ali com que se entreter. Aparentemente, o homem foi apanhado a olhar para rapariga do top vermelho (e quem seria eu para o censurar...), o que muito desagradou à sua companheira, também ela muito vistosa, até berrante diria mesmo, com o seu cabelo preto pintado com nuances vermelhas garridas e os seus 3 piercings faciais distribuídos pelo lábio inferior, narina esquerda e sobrancelha pintada de vermelho-fogo. Já para não falar nas fiadas de argolinhas e estrelas que tinha nas orelhas. Lembrei-me logo daquela piadola tão típica e óbvia que toda a gente faz quando conhece alguém com piercings: “como é que fazes para passar no detector de metais do aeroporto?”. Aparentemente isso não fora problema para ela. A discussão parece conhecer um súbito travão quando o homem se vira para ela de rompante e lhe diz “Vê lá se queres apanhar nas trombas! Pára lá de me azucrinar mulher! Não te queixaste assim tanto quando comecei a olhar para ti quando ia buscar a ‘outra’ ao salão...”. Ela calou-se de imediato e franziu o sobrolho. Parece que os seus argumentos teriam acabado de cair ao chão...
“This Mortal Coil – Song to the Siren”. O som característico da campainha que avisa para recolocar os cintos de segurança interrompe a minha meditação. Estava a esquematizar mentalmente como iriam ser estes 7 dias de férias. Não que isso fosse deveras importante, pois uma das vantagens de viajar sozinho é que podemos adaptar os planos e os cenários aos desejos e impulsos do momento. Dentro de poucos minutos iremos aterrar, e daí ... a aventura!
“New Order – True Faith”. Aproximo-me do carrossel das bagagens, e recolho as minhas 2 mochilas. Enquanto caminho para a saída reencontro a enfermeira, acompanhada de uma senhora mais velha que só pode ser a sua mãe, pois os traços faciais são cópia fiel uma da outra, apenas desfasadas no tempo. Com elas segue um miúdo mais novito que transborda felicidade por ter finalmente os pés de novo em terra firme. Num gesto brusco e de rompante, a mulher do gin tónico passa por nós, deixando no ar um aroma saturado a perfume e a ‘Café Creme Noir’. Atinge-me com o seu tubo extensível mas nem repara. Segue caminho absorta e determinada.
“Craig Armstrong & Liz Fraser – This Love”. No átrio onde se encontram os que chegam e os que esperam vi o a mulher dos piercings a acenar fervorosamente e a puxar o homem pelo braço. Este abre o rosto e sorri com gargalhada com a chegada de dois homens jovens que juraria serem gémeos. Todos se abraçam e trocam beijos nos primeiros minutos, mas depressa os rapazes lançam olhares desconfiados e inquietos à espampanante criatura que o ‘velhote’ trouxe consigo. Desligo-me da cena e encaminho-me para os táxis. Assim que levanto a mão para requisitar o meu transporte oiço uma voz atrás de mim a perguntar-me “Olá! Uma vez que também estou sozinha, importa-se que divida um táxi consigo?”. O lápis ainda lhe prendia o cabelo, mas os seus olhos agora brilhavam com serenidade e renovado fulgor.
19 de Junho de 2005,
Der Uberlende
6 Comments:
bem, pra começar a ideia do acompanhar das cenas com as musicas do mp3 [que desconfio sao de tua preferencia ;) algumas tambem da minh] e de as misturar com o psicologico da personagem é de facto original :D so por isso ja seria um texto com uma abordagem interessante, mas para alem disso, adjectivas sempre aquilo que precisa ser adjectivado e deixas sempre espaço para imaginarmos nos um pouco do cenario, é um texto grande, mas li-o de rajadinha em voz alta [as vezes os meus pais devem pensar que sou tolinha]
bem, concordo com a redbackspider, valeu a pena a "batota" ;D
como ja vem sendo habito tanta coisa tanta coisa so pra dizer que gostei e que tas de parabens ;)
beijinho mui grande :*
By Perséfone, at 9:31 PM
gostei da ideia de juntar as personagens todas num aviao, e também do acompanhamento musical. gosto muito de juntar música a textos, pessoalmente, também, pois dá-lhes mais dimensao. escreves bem, vocês todos neste blog escrevem maravilhas. continuo a vistar-vos com gosto.
By aquelabruxa, at 12:36 PM
Enquanto espero que a minha simulacao corra (vai lenta, sinal de que a minha capacidade como programadora eh lentita), resolvi visitar o blog, que ja ha mto tempo nao via. Excelente resolucao para este desafio BI! Gosto mais desta tua segunda versao, por acaso! Gosto do olhar do narrador sobre as personagens, como sempre meio cru, meio ternurento. Nunca me teria passado pela cabeca juntar as personagens desta forma, ainda estou a tentar arranjar uma maneira de as relacionar... Hmmm. Acho que a minha contribuicao vai ser no dia 30 a ultima da hora... Beijos
By smallworld, at 2:15 PM
Parece que estou no avião, parece que aquelas pessoas existem mesmo. Há aqui tanto de panorâmica, de emoções, de banda sonora (ainda por cima! sempre achei que o que escrevemos devia vir acompanhado de banda sonora...) como havia de intrincado enredo no teu primeiro texto. Mas prefiro este. Neste posso parar para apreciar as personagens.
Deste uma boa volta à história, tomando a liberdade, quanto a mim feliz, de não dar nome às personagens, mas dando pistas que indiciavam quem podiam ser. Porque o resto – os nomes, as ocupações – já sabes. Tu deste o olhar de um estranho sobre elas, a lente de um realizador. E conseguiste uma história coerente em pouco espaço.
By Anonymous, at 1:12 AM
Finalmente acabei de escrever o meu e mandei... Até escrever não queria ler versões de ninguem para não me sentir influenciada. Agora sim, este foi o primeiro que li e achei espectacular, fiquei logo com vontade de mudar algo na história que acabei de mandar!!!! Esqueci-me de descrever as minhas personagens fisicamente!!!! As tuas descrições são tão realistas e vivas que conseguia ver cada pessoa. Agora e as votaões? Vamos votar em DU1 ou DU2? Vamos todos escrever duas versões? ai ai... Acho que eu não tenho cabeça para uma segunda versão, masi quem sabe, ainda falta até ao fim, por isso....
beijinhos:)
By Dasha, at 2:21 AM
Muito bem, muito bem, desta vez sem matar ninguém entre as tuas duas versões não consigo escolher a melhor, sinceramente gosto das duas, para mim és já um verdadeiro escritor e não há muito mais a dizer. A sensibilidade, as descrições minuciosas, a construção de todos os enredos proporcionam-me sempre leituras tão agradáveis, e o efeito surpresa e deleite com que acabo cada leitura estão sempre presentes!
beijito
By Eduarda Sousa, at 9:43 PM
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